AS VACAS DIRÃO SE ESTÃO SATISFEITAS COM A FORMA COMO SÃO ORDENHADAS
Fonte: MilkPoint
Data da publicação: 12/12/2024
A avaliação do estado do teto fornece informações valiosas sobre a experiência de ordenha das vacas leiteiras, segundo Paul Virkler.
“Em curto prazo, ela nos diz se a vaca está satisfeita com o modo como foi ordenhada,” afirma Virkler, DVM, do Departamento de Medicina Populacional e Serviços Diagnósticos da Universidade Cornell, em Ithaca, Nova York.
Além disso, a avaliação do estado do teto oferece insights sobre se o processo de ordenha está prejudicando o animal e o que precisa ser corrigido.
“Alterações de curto prazo nos tetos podem prolongar o fechamento do canal do teto após a ordenha, tornando a vaca mais suscetível a doenças como mastite ambiental,” explica. “Essas alterações de curto prazo também podem levar a mudanças de longo prazo, como hiperqueratose.”
O processo de avaliação
Virkler segue as diretrizes fornecidas pelo Teat Club International (TCI) para o processo de avaliação. O TCI recomenda avaliar um mínimo de 80 vacas ou 20% do rebanho, caso ele seja maior que 400 animais.
“Certifique-se de avaliar uma amostra aleatória de vacas sendo ordenhadas. Você deve incluir animais na primeira lactação, vacas mais velhas, vacas em meio à lactação, etc., garantindo uma boa representação do rebanho,” orienta.
Fatores como dureza, mudanças de cor, inchaço e abrasões são levados em conta na avaliação, que deve ser realizada imediatamente após a remoção do equipamento de ordenha.
Pontuação de tetos
Cada teto do úbere deve ser avaliado com base em uma escala de 1 a 4:
- 1 ou normal – O teto é liso, sem anormalidades.
- 2 ou anel leve – Um anel leve é visível no teto, mas sem rachaduras ou projeções de queratina.
- 3 ou rugoso – O final do teto apresenta um anel rugoso com algumas rachaduras e projeções de queratina.
- 4 ou muito gugoso – O teto possui mais de 4 mm de queratose rugosa no final do teto.
Imagem 1. Escala de avaliação de tetos em vacas ordenhadas.
Quando avaliar
Bill Koffman, da Dairyland Veterinary Service, em Casco, Wisconsin, recomenda avaliar os tetos de um rebanho ordenhado trimestralmente.
“Mudanças no clima, nos trabalhadores e no equipamento podem causar alterações no final do teto,” ele diz. “(A avaliação) também deve ser feita uma ou duas semanas após mudanças no sistema de ordenha, alterações nos procedimentos ou treinamento de novos funcionários. Os resultados devem ser armazenados e comparados com avaliações anteriores para entender como o processo de ordenha está mudando,” ele acrescenta.
Virkler afirma que fica preocupado quando 20% dos animais em um rebanho apresentam algum nível de dano nos tetos.
Imagem 2. Recomendações do Teat Club International para avaliação dos tetos de vacas ordenhadas
“Você precisa considerar o tipo de dano presente. Podemos aceitar alguns problemas de firmeza nas extremidades dos tetos, por exemplo. Mas quando há lesões abertas – cortes e rachaduras nos tetos – o produtor precisa agir quando isso atinge 5% ou mais. Isso sinaliza um problema no rebanho que precisa ser resolvido,” disse ele.
Embora a avaliação das extremidades dos tetos ajude a identificar que um problema existe, o produtor e o veterinário ainda precisam investigar a origem. Pode ser uma questão climática, problema no equipamento (pulsação ou vácuo), manejo inadequado da ordenha que está causando baixo fluxo de leite, ou uma combinação desses fatores.
“Podemos coletar os dados, mas o veterinário do rebanho é essencial para interpretar os resultados e determinar qual plano de manejo ou práticas precisam ser implementados,” afirma Virkler. As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.
Fonte: MilkPoint
Data da publicação: 12/12/2024
Pesquisa na internet: https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/as-vacas-dirao-se-estao-satisfeitas-com-a-forma-como-sao-ordenhadas-237753/